Por Grabriela Potti, no blog Oblíqua e Dissimulada
50 anos depois da publicação do último livro da trilogia “O tempo e o vento”, “O arquipélago”, de 1962, o clássico escrito por Erico Veríssimo e por muitos considerado a obra definitiva do Rio Grande do Sul ganhará uma adaptação para o cinema, sob a direção de Jayme Monjardim.
Depois da versão para a televisão, que inclusive está terminando de ser reprisada pelo Canal Viva, o romance histórico O tempo e o vento vai ganhar as telas. Em fase de produção, o próximo longa-metragem de Jayme Monjardim será livremente adaptado da maior obra do escritor Erico Veríssimo.
Dividida em três partes, O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1962), a obra reconstrói, por meio da saga das famílias Terra e Cambará, a história do estado gaúcho, numa narrativa que atravessa centenas de anos, indo desde a última parte do século XVII até meados do século XX, com o fim do Estado Novo.
Na adaptação para o cinema, o eixo central girará em torno da história das famílias Terra e Cambará e de sua principal opositora, a família Amaral. Tendo como contexto a luta entre elas, são retratados diferentes pontos da história do estado gaúcho e da própria nação, como a formação do Rio Grande do Sul, a povoação do território brasileiro e a demarcação de suas fronteiras, travada a ferro e espada nas lutas entre as coroas de Portugal e Espanha.
Romance permeado por uma notável qualidade épica, no qual figuram personagens marcantes como Capitão Rodrigo, Ana Terra, Bibiana e o índio castelhano Pedro Missioneiro, a obra-prima de Erico Veríssimo perfaz uma profunda discussão sobre o significado da existência, da resistência humana diante das guerras.
No que diz respeito à versão para o cinema, a adaptação terá como base o olhar feminino da quase centenária Bibiana Terra Cambará. Segundo matéria publicada no site do filme (http://www.otempoeoventoofilme.com), em meio ao cerco do casarão de sua família pelos Amarais, a personagem a ser vivida pela atriz Marjorie Estiano se valerá das lembranças de outras épocas para contar sua história e a de seus antepassados, resgatando por meio da memória um dos mais antigos embates da própria literatura: a luta contra o tempo e a morte.
Aos leitores interessados em conhecer a obra original que inspirou a produção para o cinema, fica a dica da edição da Companhia das Letras de 2004, que publicou a trilogia completa em sete tomos.
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