A revolução digital e os novos escritores
A revolução digital pode até parecer, para alguns, uma espécie de ameaça para o livro físico. Mas não é preciso pensar muito para se chegar à conclusão-clichê de que - assim como o cinema não acabou com o teatro, a TV não eliminou o rádio e Gates não apagou Graham Bell - o e-book não acabará com o livro de papel.
É claro que crianças e adolescentes, principalmente, gostam de brincar e interagir com os recursos das novas plataformas, mas na maratona da literatura o livro físico ainda é campeão. No negócio do livro, o formato digital representa apenas pequena fração das vendas no Brasil. E, mesmo que lá fora já se comercialize o digital em proporções representativamente maiores, a tendência mundial é aumentar esse mercado de vendas (o digital) sem que se reduza a comercialização do livro convencional.
Num mundo vasto de entretenimento como este que o mercado cibernético oferece, o lugar para a literatura permanece resguardado. O que mudou em todo esse cenário foi o próprio mercado da comunicação em si, com acréscimo de possibilidades na forma de se fazer e divulgar literatura. Especialmente em relação à possibilidade da confluência de mídias. Sim, a interação das mais diversas linguagens permite, por exemplo, que games e personagens das trilogias cinematográficas ganhem correspondentes na literatura, numa engrenagem cíclica. E, nesse desencadeamento, novos nichos e possibilidades encontram terreno na Literatura Brasileira. É o caso, especialmente, do realismo fantástico - nicho em que vêm se destacando alguns dos novos autores nacionais.