A
Feira do Livro de Brasília, ocorrida entre 10 e 20/11/2011, teve sede no Parque da Cidade, contou com 65 estandes, mas
apenas 19 eram de livrarias ou editoras. A grande maioria era de comida e
artesanato, e nem é algo que se pode criticar porque, segundo o jornal
Correio Braziliense, a feira foi montada com o dinheiro da venda de
estandes e com o patrocínio de sete embaixadas, além de um patrocínio da
Petrobrás. O Governo do Distrito Federal contribuiu apenas com
publicidade e desconto no aluguel do Pavilhão da Cidade, mas não houve
envolvimento da Secretaria da Cultura nem da Educação. A explicação dada
foi a de que a Feira do Livro é um evento privado do setor livreiro, no
entanto a feira tem entrada gratuita, bem como o acesso às atividades
da Feira, além de ser inegável a promoção do incentivo à cultura e
educação. Na verdade, segundo o jornal Correio Braziliense, a Feira do
Livro não recebeu incentivos do GDF por causa de brigas políticas.
Já
a edição do carnaval 2011 no Distrito Federal recebeu R$8,38 milhões do
governo, desses foram gastos R$4,38 milhões em shows e a diretriz é que
o carnaval seja discutido como política pública no Distrito Federal.
Como cidadã, declaro aqui que prefiro que o dinheiro seja investido em
algo que vai fomentar a educação, a cultura e a criatividade,
principalmente de crianças, do que em uma festa que dura quatro dias,
sempre com saldo negativo para a sociedade, em número de mortes e
acidentes de trânsito.
Fora
a questão da verba, que sim, influencia bastante, a Feira do Livro de
Brasília poderia ter sido melhor organizada. Os estandes de livrarias
participantes praticaram os preços normais de lojas, por exemplo, o
exemplar do livro Cheio de Charme, da escritora inglesa Marian Keyes,
custava R$53,90, e em outro estande, o livro Filhos do Éden custava
R$39,90, sendo que é possível encontrá-lo nas grandes livrarias,
principalmente nas virtuais, custando no mínimo, 35% mais barato do que o
preço praticado pela editora em um evento que tem o objetivo de
disseminar o acesso a livros.
Adquirir
livros é sempre interesse do apaixonado por literatura e o preço dos
livros foi um fator desestimulante. Além disso, a organização da Feira
foi incapaz de levar um autor brasileiro de sucesso, reconhecido pelo
público, como Eduardo Spohr, que escreveu A Batalha do Apocalipse, ou
Paula Pimenta da série adolescente de sucesso, Fazendo Meu Filme. Uma
outra coisa que poderia ter sido explorada era uma parceria com a UBE,
União Brasileira de Escritores, que promoveu o 3° Congresso Nacional de
Escritores, na cidade de Ribeirão Preto, no mesmo período da Feira do
Livro de Brasília.
Um caso exemplar que não posso deixar de mencionar aqui é a Feira Literária Internacional do Tocantins, que acontece todo ano em Palmas. A edição 2011, ocorrida no final de julho, contou com estandes das grande editoras brasileiras e também de pequeno porte mas, sem permitir que a presença do setor privado influenciasse de forma negativa, o evento recebeu do governo estadual 2 milhões de reais. A FLIT é tratada como responsabilidade do governo do estado e assim pôde receber nomes de peso como Thalita Rebouças, escritora dos livros adolescentes Fala Sério, Mãe e Traição Entre Amigas, além do jornalista e escritor biográfico Ruy Castro, do navegador Amyr Klink e da escritora Paula Pimenta. Outras atrações fizeram parte do evento como apresentações do Balé Bolshoi do Brasil, da Orquestra Sinfônica de Brasília e shows de cantores como o evangélico Regis Danesi, além dos cantores Marina, Chico César, Lenini, Martinália, Nando Reis e Seu Jorge. Mas mais do que grandes nomes, a feira permitiu que os escritores locais pudessem apresentar seus trabalhos.
É lamentável que brigas políticas possam impedir o desenvolvimento de um setor tão importante para o crescimento intelectual e cultural do cidadão, e apesar de aqui ser um espaço dedicado à resenha de livros, penso que cabe ao leitor brasileiro debater o descaso com que os temas relativos à cultura, em especial a literatura, são tratados. E deixo o exemplo da FLIT tanto como estudo de caso, bem como destino dos apaixonados por feiras literárias.
Um caso exemplar que não posso deixar de mencionar aqui é a Feira Literária Internacional do Tocantins, que acontece todo ano em Palmas. A edição 2011, ocorrida no final de julho, contou com estandes das grande editoras brasileiras e também de pequeno porte mas, sem permitir que a presença do setor privado influenciasse de forma negativa, o evento recebeu do governo estadual 2 milhões de reais. A FLIT é tratada como responsabilidade do governo do estado e assim pôde receber nomes de peso como Thalita Rebouças, escritora dos livros adolescentes Fala Sério, Mãe e Traição Entre Amigas, além do jornalista e escritor biográfico Ruy Castro, do navegador Amyr Klink e da escritora Paula Pimenta. Outras atrações fizeram parte do evento como apresentações do Balé Bolshoi do Brasil, da Orquestra Sinfônica de Brasília e shows de cantores como o evangélico Regis Danesi, além dos cantores Marina, Chico César, Lenini, Martinália, Nando Reis e Seu Jorge. Mas mais do que grandes nomes, a feira permitiu que os escritores locais pudessem apresentar seus trabalhos.
É lamentável que brigas políticas possam impedir o desenvolvimento de um setor tão importante para o crescimento intelectual e cultural do cidadão, e apesar de aqui ser um espaço dedicado à resenha de livros, penso que cabe ao leitor brasileiro debater o descaso com que os temas relativos à cultura, em especial a literatura, são tratados. E deixo o exemplo da FLIT tanto como estudo de caso, bem como destino dos apaixonados por feiras literárias.
Postado no blog No Mundo de Alguém .
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